“OS ROMA NÃO EXISTEM”: OS ROMA COMO OBJETO DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA E A QUESTÃO DA AUTENTICIDADE¹

Representações dos roma são ubíquas na história do cinema dos Bálcãs. O primeiro filme dos Bálcãs que teve distribuição em outros países tratava dos roma, In Serbia: A Gypsy Marriage [Na Sérvia: um casamento cigano] (1911), e o primeiro filme cigano exibido em um festival importante de cinema foi produzido na antiga Iugoslávia. I Even Met Happy Gypsies[Cheguei até a encontrar ciganos felizes], de Aleksandar Petrovic, ganhou o Grande Prêmio Especial no Festival de Cannes em 1967 (GOCIC, 2001). Porém, a maioria desses filmes foi dirigida por diretores de origem não rom, sendo os roma objeto de representação. Como diz Dina Iordanova em sua introdução à edição especial de Framework dedicada às “Imagens cinematográficas dos ciganos”: